O Brasil encerrou o mês de julho de 2025 com um desempenho inédito nas exportações de tabaco e seus sucedâneos manufaturados. Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o setor movimentou US$ 379,28 milhões em vendas externas, com 62,31 milhões de quilos embarcados. Trata-se do maior volume e do maior valor já registrados para o mês desde o início da série histórica em 2000.
O salto é expressivo, em relação a julho de 2024, houve crescimento de 91,4% no valor exportado e de 91,5% no volume embarcado. No ano passado, as vendas somaram US$ 198,09 milhões, com 32,53 milhões de quilos enviados ao exterior. A performance de 2025 também supera de forma ampla o recorde anterior, de 2013, quando o Brasil exportou US$ 380,7 milhões no mesmo mês, cifra que, corrigida pela inflação, ainda ficaria abaixo do patamar atual.
DEMANDA
O resultado reflete um momento de forte procura pelo tabaco brasileiro no mercado internacional. Países da União Europeia, como Bélgica e Alemanha, e mercados asiáticos, como China e Indonésia, vêm ampliando suas compras, impulsionados por fatores como a qualidade da matéria-prima nacional e a competitividade do câmbio. Além disso, o cenário internacional de preços favoreceu os produtores, com uma valorização média da commodity nos últimos meses.
REGIÃO SUL
A Região Sul, responsável pela maior parte da produção nacional, é a grande protagonista desse avanço. Estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná concentram a base produtiva, com destaque para o Vale do Rio Pardo, que concentra o maior parque industrial do setor do tabaco no mundo.
ALTOS E BAIXOS
A trajetória das exportações de tabaco nos últimos anos mostra períodos de forte crescimento e fases de retração. Desde 2000, o setor já havia ultrapassado a marca dos US$ 300 milhões em julho em seis ocasiões, mas nunca com o volume de carga alcançado em 2025. Nos últimos cinco anos, o valor mensal variou entre US$ 121 milhões (2021) e US$ 288 milhões (2023), sem alcançar o patamar atual.
Foto: Divulgação/SindiTabaco
Fonte: Olá Jornal