A 11ª Conferência das Partes (COP11) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) preocupa os produtores de tabaco nas diversas regiões produtoras espalhadas pelo mundo. O evento antitabagista da Organização Mundial da Saúde (OMS) ocorre em novembro, em Genebra, na Suíça.
O encontro global foi pauta na Reunião Regional da África de 2025 em Lilongwe, Malawi, realizada pela Associação Internacional de Produtores de Tabaco (ITGA em inglês), no último dia 03. Estiveram reunidas as principais partes interessadas do Malawi, Moçambique, Tanzânia, Zâmbia, Zimbábue e da comunidade internacional.
Os participantes consideraram os potenciais impactos da Conferência nos países africanos produtores de tabaco e enfatizaram a importância de respostas regionais coordenadas e alinhamento de políticas. Brian Kapotwe, Diretor do Programa do FIDA na Zâmbia, enfatizou o papel fundamental dos pequenos agricultores na África, observando que mais de 60% da população está envolvida na agricultura. Ele destacou que a agricultura continua sendo fundamental para a segurança alimentar, o emprego, as receitas de exportação e os meios de subsistência rurais.
Chamando a atenção para a importância da resiliência e da inclusão, Kapotwe compartilhou que o FIDA está se concentrando em uma transformação agrícola inclusiva, resiliente e orientada pelo mercado.
Innocent Mugwagwa, Diretor Executivo da Fundação para a Eliminação do Trabalho Infantil no Tabaco (ECLT), apresentou dados do trabalho infantil e suas implicações para o setor do tabaco. O apelo é para a formulação de estratégias globais e no fortalecimento de plataformas nacionais e internacionais para colaboração intersetorial.
Gracious Ndalama, Gerente de Projetos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Malawi, abordou o tema ‘Trabalho Decente’, compartilhando os quatro pilares principais da OIT: normas internacionais do trabalho e princípios e direitos fundamentais no trabalho, criação de empregos, proteção social, diálogo social e tripartismo. Apresentou sessões de treinamento em andamento com agricultores, com o objetivo de promover esses princípios e fortalecer a conformidade e as práticas trabalhistas em todo o setor agrícola.
Patrick Chiwaya, do Agriculture Research Extension Trust (ARET) Malawi, apresentou resultados sobre os esforços para acelerar a transição do arrendamento para o emprego assalariado no setor no país. Com base em estudo recente, destacou a necessidade urgente de maior acesso a empréstimos para produtores de tabaco, treinamento em educação financeira e o papel das empresas na expansão do acesso ao financiamento. Também enfatizou a promoção da diversificação de renda como um caminho crítico para melhorar os meios de subsistência e a resiliência econômica dos agricultores.
Foto: Divulgação/AI ITGA
Fonte: Olá Jornal