O tabaco em folhas, processado pela indústria de transformação, reafirmou sua importância na pauta de exportações do Rio Grande do Sul no primeiro semestre de 2025. Mesmo não sendo o produto de maior volume embarcado, ele liderou com folga o ranking em valor por quilo exportado: cada quilo de tabaco gerou, em média, US$ 6,46 ao estado. Esse desempenho coloca o produto como o mais rentável por unidade de peso entre os principais itens exportados pelos gaúchos.

No total, o estado exportou 175 milhões de quilos de tabaco em folhas, o principal item na indústria do setor, entre janeiro e junho, movimentando US$ 1,13 bilhão em receita. Esse montante representa 11,6% de toda a exportação gaúcha no período, consolidando como o produto com maior participação individual na balança comercial estadual. Os dados referem-se ao tabaco não manufaturado, mas que passa por beneficiamento industrial antes da exportação, o que o classifica como parte da indústria de transformação.

A título de comparação, a soja em grãos, embora tenha sido o produto mais exportado em volume, com cerca de 2,5 bilhões de quilos, registrou valor médio por quilo de apenas US$ 0,39. Mesmo com esse volume expressivo, a receita gerada pela soja ficou em US$ 993 milhões, ligeiramente abaixo da obtida com o tabaco. A diferença entre os dois produtos em termos de valor por quilo é expressiva: o tabaco foi exportado por um valor 1.556% superior ao da soja em grãos, o que evidencia seu peso estratégico na geração de receita com menor volume embarcado.

Outros produtos relevantes também apresentaram valores significativamente menores por quilo. O farelo de soja foi negociado a US$ 0,33/kg, as pastas químicas de madeira a US$ 0,44/kg e o trigo, com o menor valor entre os cinco principais produtos, a US$ 0,22/kg. Isso reforça o papel diferenciado do tabaco, que alia menor volume a maior valor agregado e competitividade no mercado internacional.

O bom desempenho do tabaco contribuiu para que o Rio Grande do Sul alcançasse um superávit de US$ 2,8 bilhões na balança comercial no primeiro semestre. As exportações totais do estado somaram US$ 9,3 bilhões, com crescimento de 2,3% em relação ao mesmo período de 2024. O setor da indústria de transformação, onde se enquadra a produção e exportação do tabaco beneficiado, teve participação relevante nesse resultado.

NEGÓCIOS GERAIS
No primeiro semestre de 2025, as exportações brasileiras de produtos de tabaco somaram US$1.356.909.680,00, com destaque para o tabaco em folha, responsável por US$1.210.892.323,00, aproximadamente 89% do total exportado no período. As demais categorias tiveram participação menor: tabaco manufaturado (US$ 79.882.567,00), talos (US$ 33.314.105,00) e cigarros (US$ 32.820.675,00). Ao longo de 2024 os negócios com tabaco movimentaram US$ 2,97 bilhões. Neste ano, as estimativas do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) apontam que os negócios globais com tabaco devem alcançar mais de US$ 3,1 bilhões.

O volume exportado no primeiro semestre foi 5,77% superior ao dos primeiros seis meses de 2024, quando o Brasil vendeu 195.261 toneladas. Em relação aos valores recebidos, as vendas externas cresceram 9,5% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando as exportações somaram US$ 1,24 bilhão até a metade do ano.

A relevância econômica das exportações de tabaco é especialmente percebida no Rio Grande do Sul, onde, em 2024, representaram 12,55% do total das exportações do estado.

Fonte e foto: Olá Jornal