
Trezentas unidades de produção da agricultura familiar, vinculadas a associações e cooperativas no Rio Grande do Sul, serão beneficiadas pelo Programa Bem Cultivar. Voltada para oferta de alimentos saudáveis e orgânicos, a iniciativa é uma parceria entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Instituto de Estudos e Assessoria ao Desenvolvimento (Ceades). Serão priorizadas as cadeias produtivas da horticultura, grãos, bovinocultura de leite e corte e ovinocultura.
“O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Está em quarto lugar na produção de grãos e em primeiro em proteína animal, conforme dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) de 2020. Mas fica entre sétimo e oitavo lugar no ranking da produção de alimentos quando se fala em agricultura familiar”, compara Claudia Stehling.
Claudia, coordenadora do Núcleo de Agronegócios e Alimentos e Bebidas da Unidade de Competitividade do Sebrae Nacional, destaca as possibilidades oferecidas pela agricultura familiar.
“É muito importante o incentivo à produção orgânica e agroecológica. O brasileiro, de maneira geral, não acessa tanto o alimento saudável”, explica a coordenadora.
Um dos propósitos do Bem Cultivar, que foi lançado em fevereiro, é justamente ampliar a escala de fornecimento de alimentos com maior qualidade nutricional a partir de tecnologias sustentáveis.
Estado é destaque
Entre as principais ações do programa estão a capacitação de produtores, o diagnóstico socioprodutivo, a elaboração de projetos personalizados, visitas técnicas e a disponibilização de materiais educativos para a transição agroecológica.
“O Rio Grande do Sul possui, aproximadamente, 3,5 mil unidades certificadas para produção de orgânicos, incluindo 206 organizações de sociedade de controle social, de acordo com o Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos do Ministério da Agricultura”, diz a coordenadora.
Na avaliação de Claudia, os números apontam que o Estado se encontra em posição significativa no cenário de produção orgânica no Brasil, com a atividade somando área de plantio que ultrapassa os 10 mil hectares e envolvendo o esforço cerca de 1,2 mil famílias.
Segundo a coordenadora, além da produção, o consumo de orgânicos pela população gaúcha é igualmente relevante.
“O Rio Grande do Sul está entre os maiores consumidores de alimentação orgânica do Brasil. As políticas públicas têm incentivado avanços na agroecologia e na produção orgânica no Estado”, destaca Claudia.
Fonte e foto: Correio do Povo/ Portal Farrapo