O Rio Grande do Sul vice uma forte crise na apicultura, com milhares de colméias perdidas. A situação é alarmante pois, somente na região da Serra Gaúcha, cerca de três mil colméias foram afetadas.
Conforme o presidente da Federação das Associações de Apicultura e Meliponicultura do Rio Grande do Sul (Fargs), David Vicenzo, se considerarmos os Vales do Caí, Taquari, Paranhana e outras áreas, esse número de colméias impactadas poderia chegar a 30 mil. O dirigente da Fargs ainda explica que a falta de assistência aos apicultores, que ficaram isolados e sem condições de cuidar das abelhas, durante às enchentes de maio, elevou esse número para 45 mil colméias em todo o Estado. Além disso, conforme David, outro fator que contribuiu para este cenário catastrófico foi a seca prolongada, vivida no Rio Grande do Sul, e seguida pelas enchentes, a partir de setembro do ano passado. Situação que devastou a produção de mel no Estado, pois as abelhas, que dependem do pólen para se alimentar e alimentar suas crias, ficaram desnutridas e enfraquecidas. Situação que piorou com as chuvas de maio.
Segundo o presidente da Fargs, outro fator crítico é o uso indiscriminado de inseticidas proibidos, como o Fipronil, que está sendo utilizado em regiões como: Santa Justina, Terceira Légua, Vila Seca, São Gotardo e Farroupilha. Conforme o entrevistado, esse produto é destinado a matar formigas e é altamente nocivo para as abelhas. Isso porque, quando aplicado no solo ou nas plantas, ele desencadeia um princípio ativo que elimina toda a cadeia de insetos, incluindo as abelhas de ferrão. O presidente da Fargs adverte que a morte desses insetos compromete a polinização, essencial para a produção de frutas e hortaliças, ou seja, pode representar uma reação em cadeia, com aumento de preços, a curto prazo, e não apenas ligados a apicultura, que já registrado um incremento de 30%, neste período.
Neste sentido, a Federação de Apicultores está tomando medidas para mitigar os danos. Desde que assumiu a gestão da Apicultura de Taquari, a federação tem desenvolvido a produção de colméias para distribuir aos apicultores afetados. Além disso, estão recebendo doações de caixas, açúcar e farelo de soja para ajudar na alimentação das abelhas. No entanto, o dirigente da Fargs admite que a recuperação completa desse ecossistema levará tempo e exigirá um esforço contínuo de conscientização e de apoio.

Fonte e foto: Portal Notícias na Tela

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