As projeções meteorológicas apontam que após o excesso de chuva até o mês de maio, o Rio Grande do Sul pode registrar estiagem. O fim do El Niño, que aquece as águas do Pacifico e traz chuvas ao estado, perde força em junho, e o fenômeno La Ninã deve reduzir as chuvas, inclusive com previsão de período de seca.
A tendência é que no decorrer de junho as águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial se resfriem mais com instalação de um quadro de neutralidade (sem El Niño ou La Niña) de muito curta duração na transição para um evento de La Niña.
A última vez em que ocorreu esta condição, esteve presente entre 2020 e 2023 com um longo evento do fenômeno que trouxe sucessivas estiagens no Sul do Brasil e uma crise hídrica no Uruguai, Argentina e Paraguai. No Brasil, os efeitos do La Niña variam de acordo com a região. O Sul do país geralmente experimenta menos chuva, enquanto o Norte e o Nordeste registram um aumento das precipitações. Cresce o risco de estiagem no Sul.
Segundo a doutora em Geografia, professora e pesquisadora da área de Geociências da Uninter, Larissa Warnavin, o período mais seco para o clima deve iniciar ainda em junho. “Tudo indica que em meados de junho, a gente já vai ter uma mudança para La Niña. Teremos menos chuva e normalmente, períodos de estiagem. Então, quando a gente tem um aumento da temperatura, seja ela no oceano, como no caso do El Niño, seja ela na superfície, no continente, por exemplo, provocado pelas grandes áreas urbanas, pelo desmatamento, quando a gente tira a vegetação e a gente deixa um solo exposto, por exemplo, esse solo absorve mais calor do que uma floresta. Uma das consequências que a gente coloca do aquecimento global está relacionado à maior quantidade de chuva,” afirma.
Além da chuva, a La Niña também influencia as temperaturas em diferentes partes do mundo. No Sul do Brasil, o fenômeno favorece maior ingresso de massas de ar frio, não raro tardias no primeiro ano do evento e precoces no outono no segundo ano do episódio. Por outro lado, com estiagens, aumenta a probabilidade de ondas de calor e marcas extremas de temperatura alta nos meses de verão no Sul.
Fonte: Olá Jornal