Em crise, indústria atrasou parcela de um empréstimo no valor de R$ 10 milhões
O não pagamento da
parcela de um empréstimo de R$ 10 milhões levou a Justiça a determinar a
apreensão de bens da Cooperativa Languiru, de Teutônia, no Vale do Taquari. Em
crise, a empresa tem uma dúvida de aproximadamente R$ 800 milhões.
Nesta quarta-feira
(22), conforme movimentação eletrônica no site do Tribunal de Justiça do Estado
(TJ), foi entregue a um oficial de justiça o mandado de confisco do que foi
apresentado como garantia na contratação do crédito: “penhor mercantil para
produtos industrializados, cortes de aves e suínos”.
O despacho
descreve que há “possibilidade da venda dos bens perecíveis”, mas não deixa
claro se máquinas da produção estão incluídas na penhora. No documento, é
detalhada a tomada do empréstimo junto à financeira de razão social “Passo
Fundo RS Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios Padronizados Aberto”,
autora da ação. O montante foi tomado em 10 de novembro, com a primeira parcela
programada para 10 de fevereiro.
O vencimento foi
quitado no mês passado, porém a prestação de março, já vencida, não teria sido
paga, de acordo com a citação no processo.
Ao decidir pelo
arresto dos bens, a magistrada cita a “situação atual da Cooperativa Languiru,
com várias reportagens jornalísticas noticiando a fase econômica delicada a que
passa a demandada, nos últimos meses”. Em outro trecho, é citada a
inadimplência do financiamento e um e-mail enviado pela cooperativa aos
credores, em que informa a venda de bens para saldar débitos: “dão azo à
verossimilhança de que a demandada não tem condições de honrar com a avença
entabulada”, justifica a juíza.
Outro ponto é
elencado: a falta de garantias caso a produção seja encerrada: “o quadro que se
desenha é delicado para a demandada, restando inadimplente e noticiando
formalmente que tem interesse em vender os negócios de suínos e aves, o que
tornaria sem resultado prático as garantias ofertadas, quebrando/ceifando a
base do negócio jurídico formalizado com o credor”, informa parte do texto da
decisão.
A diligência
poderá ser cumprida “em qualquer frigorífico da Languiru”, com reforço
policial, finaliza o despacho.
A liminar foi emitida no final da noite de segunda-feira (21), assinada pela Juíza de Direito Patrícia Stelmar Netto, da 2ª Vara Judicial da Comarca de Teutônia.
Fonte e foto: Notícias 24 horas