Foto: PRF/ Divulgação/ Banco de imagens/ Jornal Portal de Notícias

Levantamento da PRF aponta que rodovias federais do país tiveram uma morte a cada duas horas no ano passado

O Brasil registrou no ano passado 5.432 mortes em rodovias federais. De acordo com o levantamento feito pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), isso equivale a um óbito a cada duas horas. Durante o período, outras 18.088 pessoas ficaram gravemente feridas em um total de 64.301 acidentes.

Segundo o Painel de Acidentes Rodoviários da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), no Rio Grande do Sul foram registrados 4.925 acidentes em rodovias federais em 2022. Destes acidentes, 3.777 tiveram vítimas (entre mortos ou feridos) e 334 pessoas morreram. A cada 100 acidentes com vítimas, 9 pessoas morreram em 2022 no Estado.

De acordo com a PRF, no trecho da BR-290 entre Eldorado do Sul e Pantano Grande, que está com as obras de duplicação paralisadas, morreram 13 pessoas no ano de 2022 em dez acidentes fatais. Outras 21 pessoas ficaram gravemente feridas e 79 tiveram ferimentos leves, em um total de 98 acidentes no mesmo trecho.
Segundo o painel da CNT, 51 pessoas morreram em 506 acidentes em toda a extensão da BR-290 em 2022, sendo a terceira rodovia que mais matou no Estado, atrás apenas da BR-285 (53 mortes) e da BR-386 (68 mortes). A BR-392 ficou na quarta colocação, com 39 óbitos, e a BR-116 na quinta, com 30 mortes.


Fonte: Confederação Nacional dos Transportes (CNT) com dados da PRF

Análise

São dados que impressionam. Entretanto, o inspetor da Coordenação de Comunicação Institucional da PRF e especialista em Segurança no Trânsito, Alexandre Castilho, revela que a situação indica relativa estabilidade nos números nacionais.
A base de dados apresentada no levantamento expõe que em 2022 o número de acidentes registrados no Brasil chegou a 64.301, ante aos 64.441 do ano anterior – o que representa redução de 0,1%. De acordo com Castilho, as estatísticas, neste caso também mostram estabilidade.
- Mais importante do que diminuir o número de mortes é diminuir a letalidade dos acidentes. A gente está conseguindo reduzir o número de vítimas fatais e o número de feridos graves em cada ocorrência - destaca o inspetor.

Estados com mais ocorrências

O levantamento da PRF também indica as rodovias com maior incidência de acidentes, de feridos e de mortes. Minas Gerais lidera o ranking de acidentes (8.269) e de óbitos (701), seguido de Santa Catarina que registrou 7.572 ocorrências e 350 mortes. Adiante, os estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, completam a lista. O inspetor Castilho nota que as ocorrências se sucedem de forma recorrente em estados do Sudeste e Sul e lembra que o número de acidentes e óbitos, novamente, está associado a lugares de maior atividade econômica.

- Por que citei 7 e não 5 ou 3? Para mostrar que só aparece o Nordeste no sétimo lugar do ranking. Por que isso? O número de acidentes está diretamente relacionado à atividade econômica. Quanto maior produção industrial, quanto maior o número de riquezas em circulação, quanto maior o número de veículos de passeio misturados a veículos de carga, maior vai ser o número de ocorrências - explica o inspetor.
Já as rodovias que tiveram maior número de mortes foram a BR-101, principalmente no trecho que cruza Santa Catarina, com 364 casos. Em segundo lugar ficou o trecho da BR-116 em São Paulo, com 517 óbitos; e em terceiro o da BR-040 em Minas Gerais, com 380 mortes.

A partir da base de dados, Castilho argumenta que a análise de ocorrências em rodovias deve ser feita com mais atenção para certos trechos, já que há estradas que cruzam todo o país e que isso explica por que a BR-101 e a BR-116 lideram o ranking.

-Tem rodovias no Brasil que começam no Rio Grande do Sul e vão ao Rio Grande do Norte. Temos a BR 101 e a BR-116. Então é mais fácil você falar de trechos das rodovias do que de rodovias. Na BR-101, você vai ter São Paulo, Rio, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas - avalia.
Castilho destaca o modelo de estruturação do transporte no país como um fator que deve ser levado em consideração.

- O Brasil privilegiou investir no transporte rodoviário para circulação de cargas. Não temos linhas férreas; as que temos são para pequenos percursos e geralmente para transporte de grãos. Não há navegação costeira, não há hidrovias. Toda a produção industrial do Brasil circula em rodovias.

Eu fiz um estudo recente que aproximadamente 75% de tudo que o Brasil negocia ou comercializa no território nacional passam por rodovias federais. Três quartos de tudo que consumimos todos os dias, passou por uma rodovia. Como esses produtos circulam nas rodovias? Por caminhões. Assim começa o grande problema, quando você coloca um veículo de passeio que pesa uma tonelada e meia circulando ao lado de uma carreta de 60 toneladas - lembra.

Com informações do Jornal O Sul/ PRF/ CNT e Jornal Portal de Notícias


Deixe seu Comentário