Foto: Divulgação/ Blog do Juares 

Michel Garcia Colpes foi sentenciado a 15 anos e nove meses de prisão por homicídio duplamente qualificado; Ministério Público vai recorrer da decisão para aumento da pena. Crime vitimou Talles Dyunior Thurow Peter, de 19 anos, em fevereiro de 2019

O réu Michel Garcia Colpes foi condenado a 15 anos e nove meses de prisão pela morte do jovem Talles Dyunior Thurow Peter, de 19 anos, crime ocorrido em fevereiro de 2019 no trecho desativado da ERS-350, conhecido popularmente como "Faixa nova sem lei", em Camaquã. Colpes respondia por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e meio que dificultou a defesa da vítima.

A sessão no Fórum da Comarca de Camaquã durou 14 horas. Outros dois réus, um homem e uma mulher, foram condenados a dois anos de reclusão pelo crime de falso testemunho por encobrirem o atirador. O promotor de Justiça Francisco Saldanha Lauenstein atuou na acusação pelo Ministério Público (MP). O júri foi presidido pelo juiz de Direito Raphael Miller de Figueiredo. Conforme apurado pela reportagem do Blog do Juares (BJ), Lauenstein vai entrar com recursos para recorrer da decisão do magistrado para aumento das penas. 

Talles foi morto a tiros na madrugada de 17 de fevereiro de 2019. Segundo a investigação da Polícia Civil (PC) na época, a vítima e um grupo de amigos estavam na ERS-350, no trecho entre o trevo que dá acesso para a Chuvisca e a BR-116, quando em certo momento ouviram um disparo de arma de fogo e Talles teria corrido para dentro do carro, uma Volkswagen Parati de cor branca, entrando pelo lado do carona e fechando a porta.

Contudo, o agressor foi atrás e efetuou mais seis tiros acertando a porta e o vidro. Os projéteis acertaram o peito da vítima. Embora grande aglomeração de pessoas, devido ao local não possuir iluminação na ocasião, o autor dos disparos não foi identificado e fugiu em direção a rumo ignorado. Talles chegou a ser socorrido e encaminhado ao Pronto Socorro do Hospital Nossa Senhora Aparecida (HNSA), mas não resistiu à gravidade dos ferimentos. A PC localizou na cena do crime seis estojos deflagrados de calibre .380 e dois cartuchos intactos com espoleta percutida do mesmo calibre.

O trecho onde ocorreu o crime era utilizado aos fins de semana por jovens, que promoviam festas. Atualmente, o local passa por obras que farão a ligação da rodovia à BR-116. O crime ganhou grande repercussão no município. Amigos e familiares realizaram carreata pelas ruas de Camaquã, pedindo justiça e a prisão dos envolvidos no assassinato. 

Colpes foi preso cerca de 10 dias depois do crime em Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre. Na ocasião, ele possuía um revolver, sendo ainda autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Outros duas pessoas foram presas acusados de participação no crime. 

O autor do homicídio também foi identificado em abril de 2020 como beneficiário em suposto esquema que teria utilizado atestados médicos falsos para sair da prisão durante a pandemia de covid-19. O esquema foi descoberto após vazamento de áudios atribuídos a advogados, em que explicam como a fraude funcionava.

Conforme investigação, ocorrida em março daquele ano, a Comarca de Camaquã acatou recurso da defesa e concedeu prisão domiciliar para Colpes, já que, segundo laudo médico apresentado, o detento estaria no grupo de risco da covid-19 por ser portador de diabetes. A investigação monitorou os passos do suspeito durante mais de um mês. De acordo com a PC, Colpes estava em constante mudança de endereço, mas conseguiram localizar o veículo utilizado por ele na tarde de 29 de abril de 2020.

Fonte: Matheus Garcia/ Blog do Juares


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