Fotos: Reprodução/ Divulgação/ Portal Jornal de Notícias


Lideranças das regiões Carbonífera, Costa Doce, Metropolitana e outras áreas do Rio Grande do Sul por onde passam as BRs 116 e 290 promoveram audiência pública para debater a necessidades de duplicação e questionar a instalação de novas praças de pedágio.

 

Com a presença de cerca de 200 pessoas, o evento aconteceu na noite desta segunda-feira (27/02), no auditório do campus da Ulbra Guaíba, com a participação também de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais e assessores, e ratificou o posicionamento contra os pedágios e a favor da duplicação das rodovias, que estão no topo do ranking de acidentes e mortes, conforme levantamento apresentado durante o encontro. 

 

O movimento é liderado pela Associação Brasileira de Usuários de Ruas, Estradas e Rodovias (ABUR), Associação das Câmaras de Vereadores da Região Carbonífera (Acverc), Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Asmurc) e Associação dos Municípios da Costa Doce (Acostadoce).


A preocupação é com os prejuízos econômicos e sociais que serão provocados com a instalação de praças de pedágios após a concessão das rodovias, de acordo com o plano de concessão elaborado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) no governo de Jair Bolonaro (PL). O estudo da ANTT prevê a concessão das BRs 116 (Porto Alegre - Camaquã), 158 (Santa Maria - Panambi), 290 (Porto Alegre - São Sepé) e 392 (Santana da Boa Vista - Santa Maria) por 30 anos. A concessão abrange uma extensão total de 674,1 quilômetros dentro do Rio Grande do Sul, e a instalação de 13 novas praças de pedágio com valores das tarifas entre R$ 3,00 e RS 11,00.


A retomada desse plano e a instalação dessas praças de pedágio com elevadas tarifas preocupa as lideranças do movimento, que temem prejuízos à população e à competitividade da Metade Sul do Estado para atrair investimentos. Os pedágios encareceriam os custos operacionais e espantariam empresas, dificultaria o programa de exportações pelo terminal de containers de Rio Grande e causaria também prejuízos às comunidades locais e ao turismo, por exemplo.

Durante a audiência, o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no RS, Hiratan Pinheiro da Silva, informou que o Orçamento da União de 2023 conta com R$ 178 milhões para retomada das obras de duplicação da BR-290Os trabalhos deverão ser retomados pelos lotes 2 e 3, assim que forem liberados os recursos, incluídos no Orçamento a pedido do governo Lula.

O deputado estadual Luiz Marenco (PDT), anunciou que a Assembleia Legislativa vai formar uma comissão especial para averiguar a situação das rodovias a serem pedagiadas no Estado. Seguindo o deputado, "o grupo de deputados se debruçará sobre o projeto de concessão destas novas 13 praças de pedágio; sobre a relação do nível de conservação dos trechos supracitados e a responsabilidade das concessionárias em relação aos investimentos; e sobre o valor das tarifas de pedágio e o impacto para o desenvolvimento econômico das regiões atingidas".

Também foram entregues dois pedidos ao deputado federal Pompeo de Mattos (PDT): a articulação de uma frente parlamentar em defesa da duplicação da BR-290 na Câmara Federal e a elaboração e um projeto dando o nome do sindicalista Oniro Camilo ao viaduto de acesso a Charqueadas na BR-290. Camilo, falecido em decorrência da covid-19, foi um dos precursores do movimento pela publicação da BR-290.

No final da audiência foi formada uma comissão de lideranças, que será presidida pelo prefeito de Eldorado do Sul, Ernani de Freitas Gonçalves, e elegerá delegados regionais para representar o movimento contra os pedágios e a favor da duplicação das rodovias.
Assista à integra da audiência 
neste link. 


Fonte: Marcos Essvein/ Jornal Portal de Notícias

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