As exportações brasileiras de tabaco para os Estados Unidos registraram uma forte retração em 2025, refletindo diretamente a manutenção das tarifas extras impostas ao produto. Mesmo após o governo norte-americano anunciar a retirada da tarifa adicional de 40% sobre diversos itens agrícolas importados do Brasil, o tabaco não foi incluído na nova lista de isenções.
De acordo com dados do comércio exterior brasileiro, o Brasil exportou US$ 183,3 milhões em tabaco para os Estados Unidos em 2025 — uma queda de 28,1% em relação aos US$ 255 milhões registrados em 2024. O volume também diminuiu, passando de 39,8 milhões de quilos para 31,1 milhões de quilos no mesmo período.
Setor
O presidente do Sindicato Interestadual das Indústrias do Tabaco (Sinditabaco), Valmor Thesing, afirmou que o setor recebeu inicialmente a notícia como positiva, mas a análise detalhada do decreto confirmou que o tabaco ficou de fora da suspensão tarifária.
“Recebemos hoje novamente uma notícia positiva de que o governo americano teria tirado a tarifa de 40%. Mas, analisando o decreto americano com atenção, infelizmente o produto tabaco não está contemplado nessa retirada de tarifas.”
A suspensão anunciada pelo governo dos Estados Unidos contemplou produtos como carne, frutas e café, todos beneficiados após negociações bilaterais realizadas em 13 de novembro, entre o chanceler brasileiro Mauro Vieira e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.
“O tabaco continua na expectativa de que o governo americano também retire essa tarifa, porque temos volumes consideráveis para embarcar para os Estados Unidos”, reforçou Thesing.
Impacto
A oscilação nas exportações ao longo dos últimos anos já vinha sendo influenciada por mudanças no mercado e por barreiras tarifárias. A queda acentuada registrada entre 2024 e 2025, entretanto, reforça a avaliação de que a manutenção das tarifas reduziu a competitividade do produto brasileiro no mercado norte-americano.
Enquanto as negociações continuam, o setor fumageiro, especialmente nos estados do Sul, responsáveis pela maior parte da produção, mantém a expectativa de que o tabaco seja incluído em futuras revisões tarifárias para recuperar espaço no principal destino de suas exportações.
Fonte e foto: Olá Jornal