Entre janeiro e setembro de 2025, o Brasil registrou crescimento significativo nas exportações de tabaco e seus produtos manufaturados. Segundo dados oficiais, o faturamento com vendas externas do setor somou US$ 2,3 bilhões, superando os US$ 2,03 bilhão registrados no mesmo período de 2024, o que representa um aumento de aproximadamente 16%. O crescimento reflete não apenas a recuperação de mercados tradicionais, mas também a expansão para novos destinos internacionais.
A Bélgica manteve-se como principal importadora de tabaco brasileiro, com US$ 549,2 milhões em compras, alta de 2,5% em relação a 2024, e 97,8 milhões de quilos embarcados, consolidando sua posição como centro de distribuição europeu. A China também apresentou forte desempenho, importando US$ 325,4 milhões (+7,9%) e 33,5 milhões de quilos, refletindo a demanda crescente por produtos manufaturados de tabaco no continente asiático. Outro mercado de destaque foi a Indonésia, que praticamente dobrou suas importações, passando de US$ 106,4 milhões em 2024 para US$ 193,2 milhões em 2025, totalizando 26,1 milhões de quilos adquiridos, resultado que demonstra o fortalecimento do Brasil na região do Sudeste Asiático.
Outros países que registraram crescimento expressivo incluem o Vietnã, com US$ 92,3 milhões em compras (+10,4%), os Emirados Árabes Unidos, que importaram US$ 91,8 milhões (+37,7%), e a Suíça, com aumento de 228%, atingindo US$ 67,5 milhões. Esse desempenho reflete tanto a qualidade reconhecida do tabaco brasileiro quanto estratégias comerciais focadas na diversificação de clientes e na oferta de produtos premium.
Apesar do crescimento geral, alguns mercados apresentaram retração nas importações. Os Estados Unidos, segundo maior comprador em 2024, reduziram suas aquisições de US$ 219,6 milhões para US$ 175,8 milhões, queda de quase 20%, enquanto o Egito teve recuo ainda mais acentuado, passando de US$ 102,1 milhões para US$ 23,8 milhões, uma queda de 76,7%. Especialistas apontam que fatores como mudanças na regulamentação, políticas fiscais e oscilações cambiais influenciam essas variações.
Em termos de volume, os principais mercados concentraram grande parte das exportações brasileiras. Bélgica, Indonésia e Estados Unidos juntos representam mais de 60% do total em quilos exportados, enquanto países menores, como Japão, Palau e Tonga, embora com valores baixos, evidenciam a capilaridade do tabaco brasileiro em diferentes regiões do mundo.
O setor de tabaco e seus produtos manufaturados no Brasil, tradicionalmente concentrado nos estados do Sul, continua sendo um importante gerador de receita de exportação, contribuindo para o saldo positivo da balança comercial agrícola. O crescimento em 2025 reforça a posição do país como um dos principais players globais, ampliando sua presença em mercados estratégicos e conquistando novos clientes com produtos de maior valor agregado.
Com a consolidação de mercados como Bélgica, China e Indonésia, e o aumento em países do Oriente Médio e Europa, o setor sinaliza perspectivas otimistas para o encerramento de 2025. Especialmente em nichos de tabacos premium e produtos manufaturados de alto padrão, que têm maior aceitação em mercados internacionais exigentes, a tendência é de continuidade do crescimento e da diversificação de clientes
Foto: Assessoria de Imprensa/ SindiTabaco/ Arquivo
Fonte: Olá Jornal