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Agricultura familiar mantém força na produção de tabaco no sul do Brasil

Publicada em: 20/08/2025 12:53 -

A fumicultura no Sul do Brasil é sustentada por uma base sólida da agricultura familiar, marcada pela predominância de pequenas propriedades rurais. Dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), referentes à safra 2024/2025, revelam que 38,8% das famílias produtoras cultivam tabaco em áreas de 1 a 10 hectares. Outras 21,7% trabalham em propriedades entre 11 e 20 hectares. Somadas, essas faixas representam 60,5% de todos os fumicultores da região, evidenciando que a atividade é majoritariamente conduzida em minifúndios.

O levantamento também mostra que 28% das famílias produtoras, o equivalente a 38.601 agricultores, não possuem terra própria. Nessas situações, a produção ocorre em regime de arrendamento, parceria ou em áreas não registradas como de propriedade do agricultor. A presença de propriedades maiores é reduzida: apenas 7,6% têm entre 21 e 30 hectares, 3,1% estão na faixa de 31 a 50 hectares, e somente 0,8% ultrapassam os 50 hectares.

Essa estrutura fundiária revela um quadro em que a disponibilidade de terra é limitada, mas a eficiência econômica do tabaco compensa a pequena escala. Em média, a cultura ocupa 3,12 hectares por propriedade, gerando 7.005 quilos e uma receita de R$ 142,5 mil por safra, o equivalente a 58,3% do faturamento agrícola total das famílias fumicultoras. O retorno financeiro supera em até 11 vezes o obtido por lavouras tradicionais, como milho e soja, que demandam áreas semelhantes ou maiores para atingir volumes de receita muito inferiores.

Além da lavoura de tabaco, as propriedades desenvolvem outras atividades como fruticultura, horticultura, mandioca, arroz e batata, além de criação de animais e produção de leite e ovos. Essas práticas diversificam a produção e contribuem para a segurança alimentar, mas têm impacto econômico bem menor. No total, somando agricultura e criações, a renda média por propriedade chega a R$ 244,6 mil, sendo o tabaco a peça-chave para essa viabilidade financeira.

Para a entidade, a alta rentabilidade do tabaco, aliada ao sistema de produção baseado em contratos de compra antecipada e assistência técnica oferecida pelas empresas fumageiras, garante maior previsibilidade e segurança econômica aos agricultores. Em um cenário de propriedades pequenas e com restrições de terra, a cultura se consolida como um dos principais motores de sustentação financeira da agricultura familiar, contribuindo para a permanência de milhares de famílias no campo e fortalecendo a economia regional.

Foto: Divulgação/Assessoria de Imprensa SindiTabaco

Fonte: Olá Jornal 

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