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PSDB espera definir destino até março e tem conversas adiantadas para fusão ou incorporação com PSD

Publicada em: 02/02/2025 22:13 - POLÍTICA

Foto: Divulgação/ PSDB Oficial 

Fundado em 1989 como uma dissidência do MDB, partido perdeu força com o fim da polarização com PT e a ascensão do bolsonarismo

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, acredita que o partido defina seu destino até março deste ano. Diante de um encolhimento nas últimas eleições e da insatisfação mútua com a atual federação com o Cidadania, lideranças tucanas conversam sobre fusão ou incorporação com outras siglas.

— Primeiro, estamos fazendo várias tratativas internas. Decidimos que agora em fevereiro vamos mergulhar nessa discussão e, paralelamente, vamos conversar com outros atores que querem se aliar com a gente. Em março, a gente deve anunciar uma solução — disse Perillo.

O GLOBO apurou que as conversas estariam adiantadas com o PSD, mas uma federação está descartada com o partido de Gilberto Kassab, atualmente a sigla de maior capilaridade, com o maior número de prefeituras no Brasil. Outras opções estão na mesa, como o MDB, de onde nasceu o partido em 1989 através de figuras como Fernando Henrique Cardoso e Franco Montoro.

O PSDB atualmente está federado com o Cidadania, com quem acumulou rusgas nas eleições municipais de 2024. Um dos focos de atrito foi o Rio de Janeiro, com os tucanos apoiando Marcelo Queiroz (PP) e integrantes do Cidadania fizeram campanha para o prefeito reeleito, Eduardo Paes (PSD). No caso de uma nova federação, Podemos e Solidariedade aparecem como alternativas. Uma das condições colocadas pelos tucanos, segundo uma fonte, é o anúncio do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), como pré-candidato a presidente da República nas próximas eleições, em 2026.

Marconi Perillo, contudo, negou a informação, alegando que o assunto não foi tratado. Procurado via assessoria, Leite não deu entrevista por estar em viagem de férias. Nos bastidores, entende-se que o gaúcho aceitaria “entrar na fila” — sem rifar, por exemplo, uma eventual concorrência do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), outro cotado há alguns meses para a disputa.

Relação com governo

A chance de candidatura do PSD vingar é objeto de controvérsia, uma vez que o partido faz parte da base aliada do presidente Lula, contando com os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia), Carlos Fávaro (Agricultura) e André de Paula (Pesca), e também do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo. Apesar do encolhimento nos anos recentes, o PSDB orgulha-se da história como o partido que criou o Plano Real, por exemplo. Essa perspectiva está na mesa ao se considerar uma fusão e não uma incorporação, mesmo tendo um tamanho bem menor atualmente. Ainda assim, a ideia é manter a identidade do PSD mesmo nesse cenário.

O PSDB também conta com três governadores, Eduardo Leite (RS), Raquel Lyra (PE) e Eduardo Riedel (MS) e 10 deputados. Por outro lado, o PSD atraiu diversos quadros tucanos, sobretudo em São Paulo, nos anos recentes e tem conversas em andamento inclusive com esses expoentes, como Lyra. As eleições de 2026 tendem a dificultar a sobrevivência de siglas menores, com a cláusula de partidário e ao tempo de propaganda em rádio e televisão. 

Fonte: Samuel Lima/ O Globo

 

 

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