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Músico estava internado no Hospital São Lucas da PUCRS havia cerca de 20 dias por conta de problemas relacionados a um câncer de pulmão
O
tradicionalismo se despediu, nesta quinta-feira (25), de Albino Manique.
O músico, natural de São Francisco de Paula, morreu aos
80 anos, completados no mês passado, por volta das 8h30min. Ele estava
internado no Hospital São Lucas da PUCRS, em Porto Alegre.
Segundo o irmão do músico, Dinarcy Manique, ele estava
internado havia cerca de 20 dias.
O acordeonista chegou a receber alta no período, mas teve
de voltar ao hospital no dia seguinte.
Manique vinha enfrentando diversos problemas de saúde
decorrentes de um câncer de pulmão, que acabou se espalhando para outros
órgãos.
O músico deixa três filhas. O velório será na capela C do Cemitério São Miguel e Almas, na Capital, das 17h desta quinta até as 10h de sexta-feira (26). Após a cerimônia, o corpo será cremado.
Trajetória
Manique iniciou a trajetória na música aos sete anos, em
São Francisco de Paula. Aos 11, mudou-se para Porto Alegre em busca de seu
sonho: consolidar-se no cancioneiro gaúcho. E conseguiu, tornando-se um dos
mais reverenciados acordeonistas do Rio Grande do Sul e do Brasil.
Ainda na década de 1950, conseguiu participar de
programas de rádio na Capital, onde começou a projeção para o Estado. Durante a
trajetória musical, gravou mais de 40 trabalhos, seja solo, ou com a Dupla Mirim
— ao lado de Francisco Castilhos (1942-2003) — que, mais tarde, passou a se
chamar Os Mirins. Estima-se que tenha sido autor de mais de 300 canções.
Ao lado de Chico Castilhos, Manique gravou o primeiro
disco em 1961, intitulado Barbaridade. Oito anos mais tarde, em 1969, o artista
fez a sua estreia solo, com o álbum Alma de Acordeon. Porém, não deixou de lado
o trabalho com Os Mirins. Tanto que a nova empreitada fora do grupo foi ocorrer
apenas em 1978, quando lançou o disco Baile de Candeeiro, no qual foram
gravados os sucessos Madrugada e Baile de Candeeiro, que chegou a ser tema de
abertura do Galpão Crioulo, entre 1982, ano da estreia do programa, até 1984.
Muito requisitado no meio por conta de seu grande
talento, Manique era também um músico de estúdio. Foi responsável por fazer os
arranjos e gravar o acordeom de diversos grupos e cantores do Estado. O
artista, por exemplo, esteve envolvido em obras de César Passarinho, Velho
Milongueiro, Gaúcho da Fronteira, entre muitos outros.
— Eu sempre saliento isso: esse negócio de fazer nome,
não é só tocar, é uma trajetória. É uma série de coisas, batalha, sacrifício,
humildade. Isso é importante. Se dar bem com as pessoas, apesar de eu não ser
muito simpático — disse Manique, em 2019, em entrevista para a websérie Falando
em Gaita.
Em 2014, o artista recebeu o Troféu Guri, prêmio do Grupo
RBS que é concedido a personalidades que promoveram o Estado em suas
respectivas áreas.
— Eu me sinto lisonjeado pela homenagem. É gratificante
ter o reconhecimento de um trabalho que realizamos há 50 anos e, também, pelo
esforço que temos para desenvolver a música gaúcha — disse na época.
O músico deixa três filhas.
Fonte: gauchazh.clicrbs.com.br- Portal Serra e Litoral