Passada a 10ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (COP10), encerrada no sábado, 10, o retorno de representantes políticos para o Brasil também é de articulação. Isso porque, alguns pontos debatidos na edição deste ano no Panamá voltam a preocupar lideranças do setor. De forma inédita, o governo gaúcho enviou ao evento representação oficial, por meio do secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini (Podemos). Ao longo do ano, o chefe da pasta pretende ampliar ações de debate sobre a importância da cadeia produtiva do tabaco, além de articular junto ao Governo Federal ações de proteção a produção. O assunto também será pautado com o governador Eduardo Leite (PSDB), que já declarou apoio à cultura.
Para o Estado, segundo Santini, esta é uma produção fundamental, já que os negócios com tabaco ocupam a segunda posição entre os itens mais exportados a partir do território gaúcho. A retomada de programas federais de diversificação de áreas de cultivo com tabaco, anunciado pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário, durante a COP10, também terá atenção da pasta estadual, para garantir a efetiva aplicação de recursos. “São vários agricultores que estão inseridos nessa cadeia e que de alguma forma vão precisar das ações do Estado para que aquilo que se deliberar nesse sentido aqui possa ser implementado. Nós do Rio Grande do Sul e da região Sul do país, nós estamos muito bem posicionados nas questões ligadas à meio ambiente, nas questões ligadas às normas de trabalho, o estado já cumpre com todos os acordos que são definidos durante essas convenções e, aliás, é exemplo, não por acaso nós somos líderes na exportação do tabaco.”
Ao falar de diversificação, Santini destaca que ela já ocorre nas propriedades familiares do estado. “As propriedades rurais do Rio Grande do Sul, hoje ligadas ao tabaco, todas elas têm uma diversificação que causa exemplo em todos os outros estados do Brasil e até do mundo e isso é que nós procuramos demonstrar na COP10, que nós não temos nenhum tipo de apologia ao consumo do tabaco, ao fumo, sabemos a importância que é combater o tabagismo, mas também reconhecemos a importância dessa cadeia produtiva econômica e para isso nós estamos aqui atentos olhando para que não ocorra nenhum tipo de criminalização com esta atividade, que é uma atividade que promove crescimento, desenvolvimento econômico e responsável por uma boa parcela daquilo que nós arrecadamos no estado,” reforça.
REPRESENTAÇÃO
Mesmo sem credenciamento oficial na COP10, participaram de agendas paralelas os deputados estaduais Marcus Vinícius de Almeida (PP), Edivilson Brum (MDB), Zé Nunes (PT) e Silvana Covatti (PP). Os federais gaúchos; Heitor Schuch (PSB), Marcelo Moraes (PL) e o catarinense Rafael Pezenti (MDB). Representando o Governo do Rio Grande do Sul, o secretário Santini. Além de representantes de entidades ligadas aos produtores e empresas como: Afubra, SindiTabaco, Abifumo, Câmara Setorial da Cadeia Produtiva e Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo.
Fonte: Jornal Olá Venâncio