A Comissão representativa dos produtores de tabaco realizou na última
semana uma reunião para discutir o reajuste do preço pago pelo tabaco na atual
safra. A única proposta apresentada foi da JTI, que apresentou no Virgínia a
variação do custo de produção de 5,06% mais 1,5 pontos percentuais pela
sustentabilidade. Esse mesmo percentual será repassado no Burley, o que
representa 8,33 pontos percentuais acima da variação do custo de produção. As
negociações seguem abertas. As entidades representativas dos produtores voltam
a se reunir nos dias 15 e 16 de janeiro, e vão buscar as demais empresas.
A comissão representativa dos produtores de tabaco é formada pela Afubra
e pelas Federações da Agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores
Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Segundo o presidente da Afubra, Marcílio Laurindo Drescher, as entidades
buscam prospectar melhor preço pago pela safra. “Agendamos para janeiro
continuar a conversa com a JTI e prospectar propostas boas com as demais
empresas, visto que esse ano nós vamos ter que rebuscar na tabela de preços um
índice maior de algumas empresas que estão defasadas, que nas safras passadas
não consideraram o custo de produção no aumento da tabela que foi praticada,”
explica.
A comissão de representação tem buscado em média a reposição superior ao
5% do custo produtivo. Porém, o percentual, segundo Drescher, vai ser diferente
para cada empresa. “Algumas empresas estão defasadas com 5%, e não vão repor
essa defasagem. Portanto, deve ser diferenciado o reajuste. Individualmente, a
cada empresa vai se propor o índice que chega a ser contingente para harmonizar
as tabelas. Porque hoje elas destoam muito. Tem tabelas que em média chegam a
aproximadamente 20% de defasagem comparado com tabelas maiores,” conclui.
SAFRA
A expectativa das entidades representativas dos produtores é de garantir
maior rendimento para os produtores, frente a queda na produção, afetada em
função do clima. A produção está estimada em 522.857 toneladas, de todas as
variedades, nos três estados do Sul do Brasil. Esse volume significa 13,7% a
menos em relação à safra passada, que fechou em 605.703 toneladas. Separadas
por variedade, a estimativa para o Virgínia fica em 475.010 (-13,9%); Burley,
39.652 (-14,7%); e Comum, a única variedade que estima-se um aumento de 7,2%,
passando para 8.196 toneladas.
Fonte: Jornal Olá Venâncio