Foto: ilustrativa
Animal é salvo na Ilha da Pintada, em Porto
Alegre, e devolvido ao proprietário em Venâncio Aires
Uma búfala foi encontrada após ter sido
arrastada por mais de cem quilômetros pelas águas da enchente do Rio Taquari. O
animal, pertencente a um criador de Venâncio Aires, foi resgatado na manhã
desta quarta-feira (20) na Ilha da Pintada, localizada em Porto Alegre.
A fêmea foi
descoberta há oito dias por um morador da ilha, Juan Felipe Ramos Lima, de 25
anos. Ao chegar em casa na noite de 8 de setembro, ele e sua esposa notaram a
presença do animal em sua propriedade, já em terra firme.
Juan Felipe Ramos
Lima conta: “Eu abri o porta-malas do carro, peguei uma corda e saí laçando. Ela correu
para o outro lado, se atirou dentro do Arroio da Pintada.
Pensei que não poderia deixar o bicho morrer. Peguei o barco e saí com a
lanterna clareando para ver se achava ela. Eu achei ela perto do cemitério, já
cruzando, tentando subir de novo nadando, nisso eu amarrei no barco e reboquei
ela.”
O pescador, que
também é criador de animais, cuidou da búfala enquanto tentava identificar a
origem dela. Com a ajuda da Associação Sulina de Criadores de Búfalos
(Ascribu), foi possível identificar o proprietário, Bernhard Rodolf Schroers,
residente no interior de Venâncio Aires.
Em entrevista ao
programa Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha, Bernhard Rodolf Schroers destacou o
esforço do pescador para salvar a búfala e expressou sua gratidão: “A paixão
pelo campo, a paixão pelos animais faz a pessoa se pôr em risco, de laçar um
animal, uma espécie que talvez ele não está habituado a manejar, se arriscar,
durante a noite, pegar em barco, puxar. Essas pessoas são acima da média.”
Cerca de 90 animais
de Bernhard Schroers foram levados pela enchente, com aproximadamente 40 deles
recuperados vivos e 11 encontrados mortos até o momento. Os demais continuam
desaparecidos.
Schroers relata:
“Foi durante a madrugada (que os búfalos foram levados pela água). A gente fez
tudo que podia, colocamos na parte mais alta, mas esta enchente foi
completamente fora do padrão que a gente está habituado. A gente se prepara
para isso, é uma região que tem enchente, mas desta vez ela foi fora do comum.”
Desireé Hastenpflug
Möller, presidente da Ascribu, que participou do resgate, acredita que ainda
haja outros animais na região do Guaíba, e enfatiza a importância de devolver
os animais encontrados em vez de abatê-los, já que muitos produtores rurais
perderam suas fontes de renda devido às enchentes.
Porto Alegre 24 Horas/ José Souza