Foto: Reprodução

Porto Alegre enfrenta uma das piores cheias em décadas, com o nível do Guaíba atingindo uma marca não vista desde a grande enchente de 1941. Às 6h desta quinta-feira, a régua do Cais Mauá registrava 2,65 metros, um aumento expressivo em relação aos 2,40 metros da noite anterior. A situação é crítica para as ilhas da cidade, que já apresentam pontos com mais de um metro de água. O fenômeno é resultado da chuva volumosa, entre 100 mm e 150 mm, na região metropolitana, aliada ao vento intenso que se intensificou nas últimas horas.

Segundo a Metsul Meteorologia, as fortes rajadas, entre 70 km/h e 80 km/h, vindas do quadrante Sul na Lagoa dos Patos devido a um ciclone, causaram o esperado represamento, resultando no rápido aumento do nível do Guaíba. Esta marca de 2,65 metros é a quarta maior dos últimos 82 anos, igualando o pico registrado em 2016. A expectativa é que o rio continue subindo ao longo do dia, com a intensificação da vazão do Jacuí e de outros rios que desaguam no Delta.

A situação preocupa as autoridades, pois níveis acima de 2,60 metros, mesmo sem transbordamento, podem causar problemas na cidade. Experiências passadas em 2015 e 2016 demonstram que a água pode começar a sair pelas bocas de lobo e pela rede de esgoto em áreas como São Geraldo e Navegantes, com riscos de alagamentos em pontos estratégicos da cidade.

O impacto da alta do Guaíba não se limita apenas a Porto Alegre. A represa do Sinos, o represamento do Gravataí e do Arroio Feijó são reflexos dessa elevação, gerando inundações em municípios vizinhos como Canoas, Cachoeirinha e Gravataí. Embora não haja um risco iminente de transbordamento no centro da cidade, a situação demanda extrema atenção, considerando a cota próxima de 2,70 metros e a tendência de continuidade do aumento do nível do rio.

Fonte: Porto Alegre 24 horas/Adriano Ribeiro


Deixe seu Comentário